Jovens e Cidadania

06-06-2021

Diz o dicionário Priberan on line que Cidadania é a qualidade de ser cidadão; E cidadão é o individuo de um estado livre no gozo de direitos civis e políticos.

À luz desta definição, coloco em cima da mesa se um jovem, adolescente é verdadeiramente um cidadão.

Isto deve-se ao facto de hoje, falando com um jovem, este tem pouca definição do que é a política, dos quadrantes políticos, das ideologias. Se é certo que não podemos generalizar, também é certo que é da existência de exceções que se faz a regra. E a regra é esta. Pouco ou nenhum interesse pela política, alheamento quase total da sua importância, "estou-me cangandismo" generalizado para o assunto.

Há poucos dias falava com um jovem que sobre assuntos políticos baralhava "esquerdas" com "chegas".

Puxando mais pelo assunto la me disse que não percebia o que significa ser de direita ou ser de esquerda, sabendo apenas vagamente que Salazar era de direita. Enfim, talvez seja pedir demais a estes jovens, quando a maioria dos pais compõe o grosso da abstenção, principalmente se o dia de eleições calhar num solarengo domingo de Verão.

Ora se os pais não cumprem ou não sabem como cumprir a sua obrigação de fornecer à sua prole informação sobre política, não caberia essa função à escola? Isto de forma isenta sem tentar endoutrinar os petizes à disposição da corrente política do corpo docente, entenda-se.

E a resposta é sim, cabe. Precisamente na tão badalada disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. Podem confirmar em https://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Curriculo/Aprendizagens_Essenciais/cidadania_e_desenvolvimento.pdf, página 4.

Tem sido efetivo este ensino? Não, nem por isso.

Ora se não aprendem em cas, e não aprendem na escola, aprendem onde? Na Internet, local onde passam dias e noites. Vítimas fáceis dos chavões populistas que mais lhe despertarem a atenção, e que irão absorver como esponjas sem questionar, que pôr em causa também é coisa que estamos pouco habituados a fazer e a ensinar fazer.

Aqui está em formação uma geração de futuros eleitores, sem qualquer formação política que não seja a dos soundbytes, pronta a ser engolida pelas extremas de um aldo e do outro.

Pior. Desconhecedora dos seus direitos e totalmente ignorante dos seus deveres.

Ora se ser cidadão é gozar direitos civis e políticos, que espécie de cidadão estamos a produzir, se são ignorantes nos direitos e na forma básica do seu exercício?

© 2021 GERMANA SANTOS - Advogada
Desenvolvido por Webnode
Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora